quinta-feira, 24 de julho de 2014

Vigiando o tempo


Edmilson Siqueira

Já no Brasil desde a última sexta-feira, andei arquivando e, claro, revendo, as mais de mil fotos que tirei nos 21 dias que passei em Paris. E descobri que, não sei levado por qual motivo, acabei fotografando uma série de relógios, mais precisamente treze, entre os muitos que enfeitam a paisagem parisiense com seus diferentes estilos. E, para um brasileiro acostumado com a pouca ou nenhuma importância que dão por aqui a esses maravilhosos trabalhos artesanais, outro fato me chamou a atenção: todos, sem exceção, estavam funcionando perfeitamente, marcando a hora certa. Nesses tempos de relógios digitais, no painel do carro, no telefone celular, nos painéis de propaganda, dá certo prazer erguer os olhos e contemplar essas obras primas com seus grandes ponteiros que nos fazem lembrar não apenas da hora certa, mas da arte do relojoeiro, da precisão de seus sensíveis mecanismos e do apurado trabalho de manutenção a eles dedicado para que se mantenham belos e majestosos a, mais que marcar o tempo, vigiar mesmo nossas horas, nossos dias, nossos meses, nossos anos e nossos séculos.

 


 




 
 


7 comentários:

  1. Cara, um mais bonito que o outro.
    Aqui em Londrina, pela minhas poucas andanças pela cidade, não vi nenhum relógio em quaisquer prédio público, nem sequer na catedral da cidade.

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  2. O tempo passa e a saudade volta cada vez que olhamos uma foto. Revivemos os bons momentos e sonhamos. Quer coisa melhor que isso? Tudo bem com vocês? Já acostumou com a rotina de novo? Não pare de escrever. Agora lembrando e retratando Paris com a beleza e encantamento que a Cidade Luz possui. Bjs.

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  3. Os relógios marcam o tempo que passa, jornalista Ed. As paixões o tempo que fica.

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  4. As fotos lembram que a funcionalidade não precisa prescindir da beleza. Mas também me deram uma sensação estranha de que os relógios estão testemunhando o fim de uma era (sei que isso não é original...), aquela, talvez, em que os lindos monumentos em que eles se inserem podem ser considerados "normais" e pertencentes ao cotidiano comum e possível do homem. Porque, daqui pra frente, receio, teremos cada vez menos lugar pra esses monumentos e essa beleza e cada vez mais teremos que nos contentar com os horrendos arranha-céus de Dubai, inclusive metaforicamente falando.

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  5. São lindos, Ed. Sua ideia de fotografá-los foi genial!

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  6. Cara , que show , que maravilha de trabalho, fora as belas fotos!
    Copiei/colei no Word , pois vai ser meu guia de viagem em minha próxima ida para Paris.
    O capítulo final então foi uma bela e poética página, parabéns!
    Abs.

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